sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Viagem sinistra

Nossa viagem ao Triângulo Mineiro para tocar no festival Triângulo Music foi, como posso dizer, uma odisseia. Como eu já havia dito aqui antes, não gosto de tocar em concurso de banda, mas amo viajar com os caras para tocar em mares de morros nunca dantes navegados. No caso do Triângulo, os morros acabam depois de Conselheiro Lafaiete. Saímos daqui em uma van com a rapaziada do Suíte Bar, levando Itamar no lugar do Jim, e com um motorista fanfarrão cujo nome terminava com "inho". Saímos por volta da meia-noite de quinta-feira e tudo foi bem até Barbacena, onde fizemos um rango e pegamos o batera do Suíte, que nos esperava. Depois que terminou de passar "Pague para entrar, reze para sair" no DVD, a coisa ficou um pouco sombria. O motorista começou a cochilar ao volante. Cochilou até a gente pedir que parasse. Paramos em algum ponto entre Barbacena e Belo Horizonte, ele tomou um café, mas não teve jeito. Continuou cochilando. Fiquei acordado até a saída de BH, onde paramos de novo para que ele se recobrasse. Continuamos até o amanhecer, depois de Itamarati de Minas. Ordenamos que ele dormisse. Deixamos que descansasse por 1h30, até 8h30. Quando eu o acordei, ele se assutou e disse "E aí, galera??? Dormir mais um pouquinho???" E seguimos viagem, ele seguiu cochilando mesmo sob um sol escaldante, paramos para almoçar e chegamos a Uberaba no fim da tarde. Passamos o som e fizemos o que dava para fazer numa sexta-feira 13 de agosto: bebemos. Não tínhamos hotel, nem camarim - que só foi liberado próximo à hora do show -, então, tomamos umas cervejas e esperamos nossa hora. Em termos de divulgação foi legal, pudemos dar entrevistas para a Jovem Pan, para a TV Globo, incluíram "Ela só quer se divertir" em uma coletânea do festival. Não ganhamos, obviamente. Nem os meninos do Suíte. Na verdade, eu não entendi até hoje porque levaram a gente para a seletiva de um festival que tinha Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Restart (ou Cine? não sei, é tudo igual pra mim). Não tem nada a ver com o que fazemos, não teria como encaixar a gente ali. Depois do show, rolou um boato vindo de alguém da organização que as bandas de JF eram meio beberronas... rs! Enfim, não era um ambiente muito salutar pra gente, mas valeu o passeio. E os sanduíches no camarim eram fabulosos! Na volta, logo após a divulgação do resultado, mais terror: o motorista continuou dormindo ao volante, viemos parando em lugares sinistros para que ele descansasse, nos perdemos dentro de BH e só chegamos em JF por volta das 14h do sábado. Pelo menos, vivos.

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